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Espelho, amigo verdadeiro,
Tu reflectes as minhas rugas,
Os meus cabelos brancos,
Os meus olhos míopes e cansados.
Espelho, amigo verdadeiro,
Mestre do realismo exacto e minucioso,
Obrigado, obrigado!
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Mas se fosses mágico,
Mas se fosses mágico,
Penetrarias até ao fundo desse homem triste,
Descobririas o menino que sustenta esse homem,
O menino que não quer morrer,
Que não morrerá senão comigo,
O menino que todos os anos na véspera do Natal
Pensa ainda em pôr os seus chinelinhos atrás da porta.
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Manuel Bandeira, Lira dos cinquent' anos
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Manuel Bandeira, Lira dos cinquent' anos
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5 comments:
ok natal.ternas são as flores
Sob cada homem há sempre o menino que se foi...ou que nunca deixou de se ser.
Nem sempre é transparente, revelado, descoberto. Porque pode não "parecer bem", nem ser apropriado ou correcto.
Mas ele existe.
Ainda bem.
:) existe.
E, como todos os meninos, é irreverente e teima espreitar. Com o tempo, aprendemos a não o conter, pois assim é e sabe bem.
Lembrei-me destes "espelhos":
As águas maravilham-se entre os lábios
e a fala, rápidos
em Sintra espelhos surgem como pássaros,
a luz de que se erguem acontece às águas,
à flor da fala
divide os lábios e a ternura. Da linguagem
rebentam folhas duma cor incómoda, as de que
maravilhado de água surges entre
livros, algum crime, um
menino a dissolver-se ou dele os lábios e ergues
equívoca a luz depois. Rápidos
espelhos então cercam-te explodindo os pássaros
Luís Miguel Nava
a vida não é só uma questão de tempo. idiomas. marés.
beijo teresamar.
B.
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