Sunday, June 10

Há Um Poema...

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Le Siècle des Lumières, 1967

Há sempre mais um poema triste para sair da noite...
O luar sobe, imperturbável, deste sossego da terra,
o silêncio guarda em si a voz das rochas e dos montes,
o ar é o encontro duma saudade e duma aspiração,
o perfume, o eco dum adeus triste sem palavras nem lágrimas...
As águas do rio pararam, a reflectir mais serenamente umas vagas estrelas,
os barcos são corpos estendidos a sonhar na noite,
as asas dormem escondidas como um segredo,
e as árvores nem têm uma palavra de ternura dos ventos distantes...
E é nesta serenidade que as almas verdadeiramente acordam...
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Alberto de Serpa, Nocturno
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8 comments:

Bandida said...

belíssimo nocturno.

"as asas dormem escondidas como um segredo"


beijo teresamar.

B.
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Fernando Palma said...

Existem trechos que a gente le e para um momento para imaginar...

"os barcos são corpos estendidos a sonhar na noite"

bonito.

teresamaremar said...

Olá Bandida e Fernando

as palavras da Presença sempre presentes

deep said...

...dormindo nas asas de um segredo o rio também se faz mar...

um abraço

teresamaremar said...

Bandida, Fernando e Carlos

sabem que é muito gratificante perceber quanto as palavras que escolhi do Alberto de Serpa conseguem tocar quem as lê?

Um abraço a todos

Mar Arável said...

Conforme o vento e tantas vezes contra o vento as pétalas da papoila tambem voam e por vezes acordam silencios no meu mar aravel

teresamaremar said...

Boa noite Mar Arável

benvindo a este canto.

CHEVALIER DE PAS said...

a mim tocaram...