Há sempre mais um poema triste para sair da noite...
O luar sobe, imperturbável, deste sossego da terra,
o silêncio guarda em si a voz das rochas e dos montes,
o ar é o encontro duma saudade e duma aspiração,
o perfume, o eco dum adeus triste sem palavras nem lágrimas...
As águas do rio pararam, a reflectir mais serenamente umas vagas estrelas,
os barcos são corpos estendidos a sonhar na noite,
as asas dormem escondidas como um segredo,
e as árvores nem têm uma palavra de ternura dos ventos distantes...
E é nesta serenidade que as almas verdadeiramente acordam...
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Alberto de Serpa, Nocturno
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Sunday, June 10
Há Um Poema...
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8 comments:
belíssimo nocturno.
"as asas dormem escondidas como um segredo"
beijo teresamar.
B.
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Existem trechos que a gente le e para um momento para imaginar...
"os barcos são corpos estendidos a sonhar na noite"
bonito.
Olá Bandida e Fernando
as palavras da Presença sempre presentes
...dormindo nas asas de um segredo o rio também se faz mar...
um abraço
Bandida, Fernando e Carlos
sabem que é muito gratificante perceber quanto as palavras que escolhi do Alberto de Serpa conseguem tocar quem as lê?
Um abraço a todos
Conforme o vento e tantas vezes contra o vento as pétalas da papoila tambem voam e por vezes acordam silencios no meu mar aravel
Boa noite Mar Arável
benvindo a este canto.
a mim tocaram...
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